O que vou lendo! - All New X-Men


All New X-Men 1 a 5 Brian Michael Bendis (argumento) e Stuart Immonen (desenhos)

(SPOILER: Desde já aviso que revelo parte do enredo. Quem quiser seguir, fá-lo em detrimento do prazer da surpresa na leitura)


Completei este mês os cinco primeiros números da mais recente adição às revistas mensais do universo dos famosos mutantes da Marvel, os X-Men. Parte da iniciativa Marvel Now, em que a editora regurgita novos números 1’s dos seus mais reconhecidos personagens, numa tentativa de captar novos interessados, este All New X-Men tenta seguir esta premissa lançada pela Casa das Ideias utilizando um conceito já antigo no universo de super-heróis mas aqui abordado de forma diferente: a viagem no tempo.

O estado da nação no universo mutante Marvel é mais ou menos este. Um dos X-Men originais, Ciclope, esqueceu parte importante dos preceitos pacíficos de coabitação entre a sua raça e o Homo Sapiens Sapiens, preceitos esses ensinados pelo seu mentor, Professor Xavier, o fundador da equipe e escola onde se iniciou. Essa cisão concluiu-se quando, possuído por uma entidade destrutiva, assassinou o seu mestre. A inocência adolescente desapareceu numa nuvem vermelha de ódio e de sucessivas derrotas advindas do preconceito ininterrupto. 

Dois dos seus mais antigos colegas, parte dos cinco X-Men originais, formulam en passant que o antigo Ciclope teria vergonha do seu estado actual e, acto contínuo, um deles faz algo apenas possível no universo do Fantástico: viaja ao passado e traz para este presente os cinco colegas, ele próprio incluído.

Todos os leitores dos mutantes da Marvel já ouviram falar ou leram a clássica história Days of Future Past de Chris Claremont e John Byrne (Levoir, que tal publicar?), em que os X-Men da década de 80 são confrontados com um futuro distópico (do longínquo ano de 2013) onde são perseguidos pelos diversos governos do mundo num fiel reflexo do Holocausto. Este All New X-Men segue a mesma premissa, ao mesmo tempo que a inverte. Aqui o futuro distópico é o hoje (curiosamente também 2013) e os cinco alunos originais vêem-se confrontados com o que o futuro lhes reserva.

A força do enredo engendrado reside exactamente nesta curiosa inversão, ao enquadrar olhos de um passado jovem no contexto de uma situação calamitosa derivada de anos de ininterrupto e crescente confronto, ódio e preconceito entre duas diferentes raças de seres humanos. Não descura os obrigatórios novelos telenovelescos tão típicos dos X-Men e mantém um nível e entretenimento satisfatório, ainda que não genial. Bendis é um escritor de diálogos eloquente e Immonen um desenhista francamente dinâmico. Não será o momento mais fácil para se entrar ou re-entrar neste universo mas, muito sinceramente, também está longe de ser dos mais complexos.

Continuo a ler com expectativa.








Sem comentários: